Em fevereiro o Centro de Controle de Doenças Americano (CDC) liberou um estudo concluindo que mais de um terço dos americanos não dormem sete horas de sono num período de 24 horas e pesquisas recentes têm demonstrado a correlação da falta de tempo de sono com o surgimento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, alteração no colesterol e triglicerídeos, doença cardiovascular e alteração de humor.
Durante uma noite de sono ocorre uma cascata de eventos com a liberação e inibição de vários hormônios para que o metabolismo esteja funcionando sem que haja prejuízo ou excesso de nutrientes para o organismo. A melatonina, cortisol, hormônio do crescimento, hormônio tireoestimulante (TSH), ghrelina e leptina são os hormônios envolvidos nesse processo.
Em trabalhadores noturnos e pessoas com hábitos sociais noturnos há aumento de ghrelina (aumenta o apetite), diminuição leptina ( menos saciedade), diminuição melatonina (piora do sistema imune, menor captação de açúcar e diminuição da taxa metabólica basal), aumento cortisol (aumento do apetite, maior disponibilidade de açúcar no sangue e menor captação de açúcar pelos tecidos); maior exposição ao hormônio do crescimento ( maior disponibilidade de açúcar no sangue) e aumento dos níveis de adrenalina ( liberação de açúcar para o sangue e menor captação pelos tecidos periféricos). Em resumo, todo esse desiquilíbrio hormonal favorece um ambiente diabetogênico e inflamatório que a longo prazo estão associadas com as doenças metabólicas citadas.
Alguns estudos têm demonstrado reversão das alterações metabólicas instaladas após melhora do padrão do sono nos casos precoces. Daí a necessidade de estarmos atentos ao tempo e qualidade do sono e se houver alguma dificuldade procurar ajuda especializada.